Anos 90

Como começou a carreira da Flora Matos

A Flora não é só a melhor MC do Brasil. Ela está entre os artistas mais interessantes que apareceram no país nos tempos recentes para muito além de nichos de estilos. Ah, e sim, ela está entre os melhores MCs daqui – independente de gênero e deixando na poeira esse papinho de “universo dominado por homens”, já que ela canta e rima tão bem.

É menina e mulher, tem o pique malandragem de rua, sem precisar ser nem um pouco masculinizada ou sucumbir aos estereótipos masculinos sobre a mulher hiper sexualizada, quer dizer, recorrer aos estereótipos estadunidenses.

E ela é tão boa que faz de um jeito que parece que o que ela faz é fácil – pensa bem, se fosse tinha aí um batalhão de gente rimando e escrevendo bem, cantando afinado e sem afetação. Isso para não falar das horas em que ela rima no dobro (ou mais) do compasso e você não consegue saber quando ela ta inspirando o ar – mas que tá, tá. Hmm, falei. Ela quebra ao vivo, você tem que ver. Porque ali no palco ela tem o lance daquela pessoa legal que todo mundo conheceu um dia. Aquela amizade boa de cultivar.

Quer dizer, Flora encanta não só pela simplicidade daquela sua amiga mais sagaz, mas por encarnar, enquanto artista, uma persona ampla, multifacetada. Que deseja, se irrita e também pede ombro. Tipo gente de verdade.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.